Ata nº 89 – Assembleia Geral

Aos dezoito dias do mês de novembro de mil novecentos e oitenta e nove, reuniu a Assembleia Geral Extraordinária da Associação Humanitária dos Bombeiros do Pinhal Novo, pelas vinte horas e trinta minutos, no seu salão de festas com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto único – Cotização, análise da situação atual e eventual revisão dos escalões em vigor.

Como à hora marcada não estivesse presente número legal de sócios, a assembleia reuniu uma hora mais tarde em segunda convocatória mas, encontrando-se apenas dois associados além dos cobradores e os elementos dos órgãos sociais da associação, embora ao abrigo do artigo nº 24, parágrafo único dos estatutos, a mesma pudesse realizar-se, a assembleia deliberou marcar nova assembleia para o dia trinta de novembro de mil novecentos e oitenta e nove à mesma hora na tentativa de conseguir maior presença de associados em virtude de se tratar de aumento da cotização.

Dando continuidade aos trabalhos o Presidente da mesa da Assembleia, ladeado pelo primeiro e segundo secretários da mesa abriu a sessão às vinte horas e trinta minutos, do dia trinta de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e nove, e como não houvesse número legal de sócios, reabriu às vinte e uma horas e trinta minutos, agradecendo a presença de todos os associados e explicando a razão do adiamento. Seguidamente anunciou a leitura da ata da sessão anterior pelo primeiro secretário da mesa, a qual depois de lida em voz alta foi posta a aprovação e aprovada por unanimidade.

Antes de conceder uma hora para tratar de assuntos fora da ordem de trabalhos, o Presidente da mesa deu algumas informações, começando pelo falecimento do Comandante dos Bombeiros de Palmela, senhor José João lamentando em seu nome e em nome da nossa Associação a triste ocorrência. Seguidamente informou também a razão do pedido de demissão do Vice-Presidente do Conselho Fiscal senhor Manuel Frade, explicando que a causa foi exatamente motivada pelo facto do referido elemento estar atualmente domiciliado em Azeitão.

Continuando no campo das informações, concretamente sobre um comunicado à população de um grupo de sócios onde se reconhecia a assinatura do sócio senhor Vergílio Aranha, em que dizia venenosamente que a nossa Associação não se tinha feito representar no funeral do sócio fundador senhor Álvaro Tavares, o Presidente disse que isso não fora verdade, pois toda a gente de boa fé presente no referido funeral, viu que a nossa Associação se fez representar, e em sequência disse: Aliás a própria família confirmou-me pessoalmente quando tentámos saber da sua reação à leitura desse infeliz comunicado, que para além disto referenciava em termos de censura destrutiva a mudança do bar da nossa Associação para as novas instalações.

Continuando disse: Eu próprio falei com o senhor Vergílio Aranha, o qual me disse estar deveras arrependido e envergonhado, pois reconheceu que fora mal informado e por conseguinte, depois de pedir muitas desculpas, prometeu até nunca mais se meter em coisas do género. Depois deste diálogo talvez possamos concluir que o senhor Aranha fora entrelaçado numa teia venenosa, que não era dele.

Seguidamente entrou-se na discussão fora da ordem de trabalhos. Na qual o sócio senhor José Leonardo perguntou qual a decisão tomada pela Direção, baseada na disciplina desta casa, perante a atitude incorreta do responsável do referido comunicado, atitude incorreta naturalmente antes de ter o diálogo com o Presidente da Assembleia senhor Aníbal de Sousa.

Dada a palavra à Direção, esta informou pela voz do Presidente, que entendeu analisar friamente este caso bastante quente no sentido de não demitir o referido sócio, não só por ele se mostrar arrependido e ter pedido desculpas, como também porque ainda há pouco tempo relativamente, foi demitido um sócio sob alçada disciplinar.

Por isso achamos por bem resolver pacificamente este caso. Na sua segunda intervenção o sócio senhor José Leonardo lamentava o facto de para além dos nossos estatutos estarem antiquados, não serem distribuídos aos sócios a fim de que possam conhecer claramente os seus deveres.

Imediatamente a seguir o Presidente da mesa informou que vai ser criado o Estatuto Social do Bombeiro o qual introduzirá algumas regalias aos bombeiros, e por conseguinte na altura própria arrancaremos com os novos estatutos.

Seguidamente o Comandante Fernando Pestana alvitrou que a Direção fizesse o ponto da situação, relativamente às obras em curso.

Em sequência o Presidente da Direção começou por lamentar a débil presença de associados. Relativamente às obras em curso o Presidente da Direção explicou em pormenor o ponto da situação. Em resposta à pergunta da esposa do sócio senhor João Dias Branco, se tinham sido distribuídas convocatórias para esta assembleia ou melhor para a primeira que foi adiada, o Presidente da mesa respondeu que sim, e informou até a forma como foram distribuídas, para além de avisos colocados em lugares públicos e como não podia deixar de ser nestas nossas instalações. Relativamente a este ponto, o sócio senhor Moita sugeriu que em virtude de alguns não terem conhecimento das assembleias, estas fossem anunciadas através de aparelhagem sonora.

No uso da palavra o sócio senhor Candeias motorista desta associação lamentou em termos de censura a falta de um gerador, pois no último dia em que faltou a luz, quando do vendaval esta associação esteve algumas horas sem luz! Além do gerador também faz muita falta uma motosserra, como foi provado no dia do referido vendaval, o qual derrubou várias árvores, sobre caminhos e estradas, algumas das quais em que tínhamos de passar com urgência. Em resposta o Presidente da Direção disse que a associação já possuía um gerador, comprado em segunda mão e talvez, por isso durou apenas seis meses. Quanto à moto-serra posso informar que a Direção pensa comprá-la a curto prazo.

Seguidamente o Comandante Fernando Pestana, chamou à atenção do senhor candeias dizendo-lhe: Tanto o senhor como todos nós temos de combater com as armas, que eventualmente possuímos, e quanto às carências que diz haver elas deverão ser apresentadas a quem de direito e nunca numa assembleia, pois atitudes destas só servem para denegrir a imagem desta associação.

Também o sócio senhor José Leonardo, dirigindo-se ao sócio senhor Candeias, disse o senhor só tem que apresentar os problemas ao Comando, e este por sua vez, apresenta-los à Direção, assim é que está correto disse.

Ao entrar na ordem de trabalhos o Presidente da mesa depois de mandar distribuir exemplares da proposta da Direção começou por ler o seu conteúdo com a seguinte redação.

“Tendo em conta que a última atualização de cotas que ocorreu em 18 jul 1986 e foi relativamente moderada, propõe-se:

1º – Que a cota mínima passe de cinquenta escudos, para setenta e cinco escudos a partir de 1 jan 1990.

2º – Que todas as cotas de exceção atualmente de vinte escudos e trinta escudos passem para cinquenta escudos.

3º – Que os associados admitidos a partir de 1 jan 1990, paguem uma Jóia de trezentos escudos com a atribuição de um exemplar dos estatutos da associação”.

Imediatamente a seguir o Presidente da Mesa da Assembleia pediu ao Presidente de Direção que explicasse em pormenor, a razão do aumento de quotização, o qual ao terminar disse:

Pensamos ser justa a nossa proposta. Seguidamente entrou na mesa, uma moção da Direção apelando aos sócios o aumento voluntário das suas cotas, conforme os seus recursos financeiros.

Simultaneamente o sócio senhor José Leonardo, na sua última intervenção, tinha apresentado a mesma sugestão.

A referida moção foi aprovada por unanimidade, tal como a proposta da Direção.

Seguidamente o sócio senhor Marcelino Carvoeira, sugeriu que fosse entregue pelos cobradores a todos os sócios uma circular informando os respetivos aumentos, assim como os resultados da votação da referida proposta.

Não havendo mais assuntos a tratar, o Presidente da mesa depois de agradecer a simpática e imprescindível presença dos sócios, deu por encerrado os trabalhos, quando o nosso relógio marcava vinte e três horas e vinte e oito minutos do dia 30 de novembro de 1989. Da referida sessão de trabalhos, foi lavrada a presente ata, que depois de lida e aprovada, será subscrita por todos os membros da mesa e por mim, primeiro secretário da mesa da Assembleia Geral que a redigi e subscrevo.

Pinhal Novo, 30 de novembro de 1989.

O Presidente da Mesa

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Aníbal Guerreiro de Sousa