Ata nº 84 – Assembleia Geral

Aos vinte seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e oitenta e oito, pelas vinte horas e trinta minutos, reuniu a Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Apresentação de contas de mil novecentos e oitenta e sete.
2º Eleição de novos Corpo Gerentes, para mil novecentos e oitenta e oito.

Aberta a sessão, verificou-se que não se encontravam reunidos os associados em número necessário para o seu funcionamento legal, pelo que foi a mesma encerrada, reabrindo uma hora mais tarde, conforme determinam os estatutos e constava nos avisos convocatórios.

Aberta a sessão, verificou-se que não se encontravam reunidos os associados em número necessário para o seu funcionamento legal, pelo que foi a mesma encerrada, reabrindo uma hora mais tarde, conforme determinam os estatutos e constava nos avisos convocatórios.

Aberta a sessão pelo Presidente da mesa, foi lida a ata pelo primeiro secretário, a qual se referia à última sessão naturalmente, que depois de ter sido posta à aprovação, foi aprovada por unanimidade.

Seguidamente foi dada uma hora para tratar de assuntos exclusivamente fora da ordem de trabalhos.

Conforme ordem de inscrição, falou o sócio senhor João Leonardo da Silva que disse constatar-se, que quatro viaturas estão praticamente anuladas e que alguns instrumentos da fanfarra se encontram abandonados, tal como duas bombas, que se estivessem resguardadas poderiam servir pelo menos para enriquecer o museu. Seguidamente o sócio senhor Fernando Roque perguntou o que se passa concretamente com os bombeiros, tal como imediatamente a seguir o sócio senhor Raul Prazeres, também perguntou qual o motivo da retirada de confiança ao Comandante.

O Presidente da mesa respondeu, que como Presidente do Conselho Disciplinar do processo em curso, posso informar que no dia 22 de setembro de 1987, foi convocada uma reunião com o Inspetor Regional e Direção, o processo está a ser tratado honestamente com calma e prudência dentro da normalidade. Devo dizer que neste processo não está em causa a honestidade e a correção do senhor Comandante. A verdade é que alguma coisa está mal nesta coisa, nisso ninguém tem dúvidas! Há realmente alguns problemas que estamos a tentar resolver, com coragem e compreensão e pacificamente como não podia deixar de ser, nesta casa dos soldados da paz. Pediu a palavra o sócio senhor Vilhena para apresentar uma reclamação sobre deficiências de transportes de doentes concretamente referindo-se a sua irmã, e foi na devida altura o Presidente da Direção respondeu que quando recebemos uma reclamação da irmã do senhor Vilhena, o processo de inquérito foi concluído e dado conhecimento à senhora em causa. Penso que o assunto ficou encerrado. Falou novamente o sócio senhor Fernando Roque para dizer que lamentava profundamente por tudo isto que se está passar nos bombeiros e com os bombeiros não seja aqui bem explanado. Eu apercebo-me, aliás como toda a gente que isto está mal. Temos setenta e um bombeiros e só vejo miúdos. Aparece uma urgência não há condutores. Esta Assembleia tem o direito de saber o que se passa. Então se não se pode explicar aqui e agora aos sócios o que se passa…esta Assembleia não tem valor.

Tomou a palavra o Presidente da mesa para dizer: Não concordo com o sócio senhor Fernando Roque, quando diz que esta Assembleia não tem valor.

Ao fazer tais afirmações penso que não tem razão. Já lhe foi explicado, que qualquer processo disciplinar não pode ser revelado. Toda agente sabe disso! Eu pergunto ao sócio senhor Fernando Roque se quer assumir a responsabilidade de revelar aqui o referido processo? Não quer com certeza! O sócio senhor José Amorim, disse estar de acordo com o senhor Fernando Roque, quando diz que os sócios têm direito de saber o que se passa…embora nós saibamos que isto de processos são coisas muito chatas. Continuando disse: Sobre as promessas feitas por esta atual Direção quando da sua candidatura eu perguntava se alguma delas foi cumprida, e mais as que se seguem no caso esta Direção ser reeleita.

Como tudo leva a crer esta Assembleia para o efeito e na qual se apresenta como lista única. Para responder a algumas questões foi dada a palavra ao Presidente da Direção, que disse: Como já aqui foi dito, o processo está em curso, e aguardamos que seja concluído. Sobre os miúdos devemos dizer que estão sob a alçada de um diretor e a coordenação de um bombeiro sapador, que é o senhor Labaredas, que dá de facto toda a instrução a esses miúdos cadetes e infantes. Sobre os setenta e um bombeiros pois como sabem, alguns abandonaram por estarem em desacordo com o atual Comandante. Sobre as perguntas do senhor Amorim, posso dizer que foi um ano muito esforçado desta Direção. No final do ano passado recebemos dois mil contos, para custear parte da ampliação do quartel, a qual já foi posta a concurso, e eu penso que mais cerca de três meses e a referida obra será uma realidade. Também foram feitas algumas obras no quartel, devemos dizer que apesar da retirada de confiança ao Comandante esta Direção esteve sempre aberta ao diálogo.   

Tudo o que nos foi pedido pelo senhor Comandante, nada foi negado. Metemos mais um motorista assalariado. Não tivemos grandes reclamações ou nenhumas sobre a prestação dos serviços de saúde. Enfim foi um ano cheio de esforço e boa vontade da parte de todos os elementos desta Direção. No quinto ponto da nossa proposta de intenções falhamos de facto, ou melhor não cumprimos. Sobre a ação cultural não temos realmente pessoas que nos ajudassem nesse sentido. Sobre a sua pergunta de no caso sermos reeleitos quais as nossas promessas para o ano de mil novecentos e oitenta e oito, posso dizer-lhe que não são mais nem menos do que a continuidade daquelas que fizemos o ano passado. Diz o bombeiro senhor Luís que o Comandante não admite carros da Câmara no parque de estacionamento e que os diretores e bombeiros desta casa deviam estar de boas relações com a Câmara de Palmela. Pois com certeza sempre estivemos e continuamos a estar. Podemos dizer que todas as noites fica no nosso parque um veículo da Câmara Municipal de Palmela.

Pediu a palavra a bombeira Dona Manuela para dizer que a Direção nunca se mostrou muito interessada em festas, acho que aqui também erraram. Devo dizer: que nenhum diretor lhe falou sobre quaisquer programas de festas, adiantando que sobre a pergunta porque é que o simulacro não foi feito pelos bombeiros mas sim pelos cadetes e infantes, foi porque assim foi resolvido.

Depois o Presidente da mesa perguntou se algum sócio se queria pronunciar sobre o relatório de contas, pela voz do Conselho Fiscal na pessoa do seu Presidente foi lido o respetivo parecer, o qual terminava com três propostas.

1º – Aprovação do relatório e contas 1986/1987, aprovada com uma abstenção.

2º – Um voto de louvor à Direção, a qual foi aprovada com um voto contra e duas abstenções.

3º – Um voto de louvor ao Corpo de Bombeiros. Tendo sido aprovado com três votos contra.

Resumindo as três propostas foram aprovadas por maioria.

Passou-se ao segundo ponto da ordem de trabalhos. Eleição dos novos Corpos Gerentes para o ano 1988/1989.

Lista – A  (única)

Assembleia Geral             
Presidente – Aníbal Guerreiro de Sousa            
Vice-Presidente – Alberto Sousa Ferro             
Primeiro Secretário – Francisco Pinheiro Pimentel            
Segundo Secretário – José Manuel Cameirinha Ferro

Direção            
Presidente – João Augusto da Cunha Cabete
Vice-Presidente – Fernando Rita Pestana                
Primeiro Secretário – Manuel Ambrósio Garcia Frade                
Segundo Secretário – José Gariso Ribeiro Morgado               
Tesoureiro – Acácio Cabrita Godinho            
Primeiro Vogal – Feliciano Cordeiro Gante            
Segundo Vogal – José Maximino Jorge Maçarico

Conselho Fiscal            
Presidente – José António Guerreiro            
Vice-Presidente – José Maria Mestre Castro            
Secretário Relator – José Augusto Remexido   

Teve a seguinte votação, setenta e oito inscrições, entraram cinquenta votos válidos, sete em branco e um inutilizado, pelos quais esta lista única, foi eleita para o ano 1988/1989, por maioria.

Quando eram decorridas vinte e três horas e quarenta e cinco minutos e não havendo mais assuntos a tratar, foi a sessão encerrada e lavrada a presente ata que, depois de lida e aprovada, será subscrita pelos membros da mesa e por mim, primeiro secretário da mesa da Assembleia Geral que a redigi e subscrevo.

Pinhal Novo, 26 de fevereiro de 1988.

O Presidente da Mesa

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Aníbal Guerreiro de Sousa