Ata nº 82 – Assembleia Geral

Aos vinte sete dias de fevereiro de mil novecentos e oitenta e sete, pelas vinte horas e trinta minutos, reuniu a Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Apresentação de contas de mil novecentos e oitenta e seis.
2º Eleição de novos Corpo Gerentes, para mil novecentos e oitenta e sete.

Aberta a sessão, verificou-se que não se encontravam reunidos os associados em número necessário para o seu funcionamento legal, pelo que foi a mesma encerrada, reabrindo uma hora mais tarde, conforme determinam os estatutos e constava nos avisos convocatórios.

Reaberta a sessão foi lida a ata da sessão anterior. Posta à discussão, nenhum associado desejou intervir, pelo que se passou à votação, sendo aprovada por maioria, com um voto contra e oito abstenções.

Foi seguidamente concedido um período para se tratar de assuntos estranhos à ordem de trabalhos.

O sócio José Amorim fez chegar à mesa uma proposta que visava a guarda de um minuto de silêncio em memória do poeta e cantor José Afonso, recentemente falecido. Foi a proposta colocada à consideração dos associados, tendo-se verificado que todos os presentes guardaram o minuto de silêncio com respeito.

O sócio Artur Silva pediu informações sobre a ambulância oferecida da Alemanha, ao que Joaquim Olívio respondeu que está em curso a legalização, dependendo da Direção Geral das Alfândegas.

O sócio Luís Roldão quis saber porque saiu grande parte do copo ativo, sendo-lhe respondido pelo Presidente da Direção que isso constava da ata anterior, ou seja, processos disciplinares que ultrapassam a Direção.

O associado José Nunes protestou publicamente a propósito de um pedido de transporte para a sua esposa. Joaquim Olívio disse ter proposto reuniões com ele, Direção e Comando, para avaliar o caso, ao que ele sempre recusou, terminando por dizer que “quem se sinta moralmente responsável, que consulte a sua consciência”.

O associado José Amorim, pretendeu saber por que razão estavam os bombeiros suspensos. O Presidente da mesa esclareceu que os processos disciplinares são volumosos e que não deve esse assunto ser tratado em Assembleia Geral. Sobre o assunto haveria de gerar uma discussão entre o Presidente da mesa e Manuel Frade que, da mesa do Conselho Fiscal, queria usar da palavra sobre o assunto. O problema haveria de suscitar alguma indisciplina por parte de um limitado sector de associados que a custo acabaram por acatar os pedidos de ordem da mesa. Manuel Frade afirmou, finalmente, o seu desejo de querer exprimir uma opinião pessoal sobre o caso da suspensão dos bombeiros, afirmou ainda ter consciência de que os processos não poderiam ser divulgados em público por estarem em segredo de justiça.

Em face da dimensão do problema estava a assumir, o Presidente da mesa, consultando os restantes membros da mesa, resolveu colocar a questão à própria assembleia: Deveria ou não o assunto continuar em discussão, mesmo com sacrifício da ordem de palavras? A votação repetida duas vezes, não daria resultados muito satisfatórios; 118 associados desejava que se passasse à ordem do dia e 104 que o assunto prosseguisse. Em face desta votação o Presidente, desejando que a assembleia prosseguisse em boa ordem, deu a palavra a Manuel Frade que fez a leitura de cópias de duas extensas cartas, uma redigida ao comandante Serra datada de dois de maio do ano transato, e outra à Direção, na sua qualidade de Presidente do Conselho Fiscal, datada de três de maio do mesmo ano transato. As cópias depois de lidas foram apensadas ao processo da Assembleia Geral.

Durante o período de antes da ordem de trabalhos tinham ainda usado da palavra os associados José Martins Moita, José Joaquim Candeias, João Leonardo e Manuel Jacob, este último louvando a forma competente como a Assembleia estava a ser conduzida. As diversas questões levantadas pelos associados mereceram resposta por parte da Direção, quer de Joaquim Olívio, quer de João Cabete.

Também o associado Vilhena criticou o facto da corporação não ter, no seu entender, respeitado a morte de Armando Campos, citando a propósito, que nessa altura havia festa no quartel e tinham sido lançados foguetes, ao que a Direção se declarou estranha.

Passando à ordem de trabalhos foram as contas da gerência de mil novecentos e oitenta e seis, postas à discussão. Apenas o associado José Martins Moita desejou mais informações sobre as despesas de alimentação e alojamento, no que foi esclarecido.

Postas as contas e relatório do Conselho Fiscal à votação foram as mesmas aprovadas por maioria com seis abstenções.

Para a eleição dos novos corpos gerentes, o segundo ponto da ordem de trabalhos, apresentaram-se duas listas, identificadas por “A” e “B”, respetivamente, sendo constituídas como segue:

Lista – A                   

Assembleia Geral             
Presidente – Aníbal Guerreiro de Sousa            
Vice-Presidente – Alberto Sousa Ferro             
Primeiro Secretário – Francisco Pinheiro Pimentel            
Segundo Secretário – José Manuel Cameirinha Ferro

Direção            
Presidente – João Augusto da Cunha Cabete            
Vice-Presidente – Manuel Ambrósio Garcia Frade            
Primeiro Secretário – José Gariso Ribeiro Morgado               
Segundo Secretário – Fernando Rita Pestana            
Tesoureiro – Acácio Cabrita Godinho            
Primeiro Vogal – Feliciano Cordeiro Gante            
Segundo Vogal – José Maximino Jorge Maçarico

Conselho Fiscal            
Presidente – José Maria Mestre Castro            
Vice-Presidente – Armando Jorge da Silva Fernandes Arranja            
Secretário Relator– José Augusto Remexido   

Lista – B

Assembleia Geral
Presidente: Carlos Marques Taleço
Vice-Presidente: Hélder Cardoso Miguel  
Primeiro Secretário: José Augusto Jesus Amorim
Secretário: Duarte Vaz Fernandes

Direção
Presidente: José Joaquim Madeira Amorim    
Vice-Presidente: Joaquim Manuel Abrantes Benido   
Primeiro Secretário: Luís José Piúça Roldão  
Segundo Secretário: José Manuel da Silva Ezequiel
Tesoureiro: António Manuel Pitacas Fortalezas   
Primeiro Vogal: João Fernando Costa Paulada
Segundo Vogal: Manuel Domingos Fialho                                  

Conselho Fiscal
Presidente: Hélder Joaquim da Palma Tadeu de Almeida
Vice-Presidente: José Manuel Correia
Secretário Relator: Artur Vieira da Silva

A votação foi feita a partir da lista de inscrições de presenças e teve o seguinte resultado:

Sócios inscritos – 146 (cento e quarenta e seis)

Abstenções – 21 (vinte uma)

Votos na lista A – 110 (cento e dez)

Votos na lista B – 13 (treze)

Votos nulos e brancos – 2 (dois)

Foi declarada eleita a lista – A

E não havendo mais assuntos a tratar, foi a sessão encerrada e lavrada a presente ata que, depois que depois de lida e aprovada, será subscrita pelos membros da mesa e por mim, Primeiro Secretário da mesa da Assembleia Geral que a redigi e subscrevo.

Pinhal Novo, 27 de fevereiro de 1987.

O Presidente da Mesa

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Manuel Modesto Cravinho

A