Ata nº 66 – Assembleia Geral

Aos onze dias do mês de março do ano de mil novecentos e oitenta, pelas vinte horas e trinta minutos, reuniu no seu salão de festas em Assembleia Geral Ordinária, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Apresentação de contas do ano de mil novecentos e setenta e nove.
2º Eleição de novos corpos gerentes.

Aberta a sessão, e como não estivesse presente número suficiente de sócios para legalmente funcionar, foi imediatamente encerrada e reaberta uma hora depois, conforme determinam os Estatutos e de acordo com os avisos convocatórios distribuídos.

Presentes na mesa, o respetivo Presidente e Primeiro Secretário.

Reaberta a sessão, foi lida a ata da sessão anterior. Posta a ata à discussão, António Brinca Borralho pediu a palavra para justificar a saída da sala antes da sessão acabar, pelo facto de ter uma pessoa da família muito doente e que na altura tinha dado conhecimento disso aos restantes membros do Conselho Fiscal. Lamentava que António Rafael, autor das palavras de censura proferidas não estivesse presente nesta Assembleia, pois essa ausência e desinteresse que agora demonstrava não era coerente com os reparos proferidos a seu respeito. Após esta declaração, o Presidente pôs a ata à aprovação, sendo aprovada por unanimidade.

Conforme determinam os Estatutos, foi concedida uma hora para discutir assuntos estranhos à Ordem de Trabalhos.

Pelo Presidente da Mesa foi informada a Assembleia do falecimento de Francisco Joaquim Batista, fundador, Comandante Honorário desta Associação e seu mais dedicado colaborador. Historiou a vida deste homem simples que fez de toda a sua vida uma dedicação total às Sociedades Recreativas e que deveria servir como exemplo e símbolo das grandes realizações levadas a efeito no Pinhal Novo. Pediu para que fosse levado ao conhecimento da sua viúva um voto de pesar, expressado num minuto de silêncio em memória daquele que foi o impulsionador do empreendimento que é a nossa Associação. Dando pleno acordo às palavras do Presidente da Mesa, a Assembleia de pé e em recolhido silêncio guardou um minuto em memória de Francisco Joaquim Batista.

A seguir pediu a palavra o associado António Coimbra, para expressar o seu descontentamento com algumas decisões tomadas pela Direção, nomeadamente: a não existência de uma sala de jogos para os associados confraternizarem: por terem sido cedidas as instalações aos bombeiros para a passagem do ano o que não permitiu a assistência da maioria dos outros associados; a exigência de apresentação, sem aviso prévio, do cartão de sócio para entrar na Associação em dia de festa, o que provocou certa insatisfação; o aumento do custo de utilização da ambulância no período noturno das 0 às 7 horas; a cedência da sala para atividades estranhas aos bombeiros tais como cursos de arbitragem e para a prática de karaté; terminou pedindo esclarecimentos sobre a apresentação de demissão do Comandante do Corpo Ativo e posterior retirada desse mesmo pedido de demissão.

A todas estas observações, o Presidente da Direção prestou esclarecimentos. Assim: sala de jogos: não tinham sido previstas instalações para o efeito quando da construção do quartel e a Direção tinha estudado a possibilidade de arranjar uma sala para convivência de sócios da 3ª idade, mas não tinha sido possível até ao momento concretizar a intenção; a cedência das instalações aos bombeiros na passagem de ano era já uma tradição e a entrada de outros sócios era condicionada pelos mesmos bombeiros; o aumento do custo de utilização da ambulância tinha sido uma experiência para evitar chamadas sem justificação para a respetiva urgência e que desde novembro tinha deixado de se cobrar esse aumento por se ter constado não ter a relevância que inicialmente se supunha; sobre o pedido e retirada de demissão do Comandante do Corpo Ativo, tinha sido uma decisão que após reconsideração deste, tinha ficado sem efeito, dentro das normas usuais para casos desta natureza. O associado Osório fez também algumas considerações sobre a cedência da sala para atividades estranhas aos bombeiros, concordando com a existência das aulas de karaté e com a criação de uma sala de jogos para a 3ª idade.

A seguir pediu a palavra o associado (desconhecido o nome), lamentando que não tenha sido aceite o seu oferecimento para levar a efeito sessões de cinema gratuitas para a associados e suas famílias, renovando este mesmo oferecimento, pondo-se à disposição da associação a sua máquina e os filmes para serem passadas sessões de cinema gratuitas para associados.

A seguir pediu a palavra o associado Osório para enaltecer a dedicação de António Agostinho Lourenço, anterior Comandante do Corpo Ativo e embora fosse do seu desconhecimento a viabilidade processual propunha, que o mesmo António Agostinho Loureiro fosse eleito Comandante Honorário da nossa associação. O Presidente da Mesa concordou com o reconhecimento que todos os associados deveriam ter por António Agostinho Loureiro, aliás já demonstrado na aprovação de sócio de mérito. Pelo Presidente da Direção foi esclarecido que a nomeação de Comandante Honorário era proposta pela Direção ao Serviço Nacional de Incêndios e que as normas para essa nomeação impunham a existência de certas condições, que no presente não existiam, sendo a antiguidade no posto a que tinha alistado à sua apresentação.    

E como não havesse mais associados a querer fazer uso da palavra, foi aprovado passar-se ao primeiro assunto da Ordem de Trabalhos: Apresentação de contas do ano 1979 (mil novecentos e setenta e nove).

Pelo Secretário da Direção cessante foi lido o Relatório e apresentadas contas, verificando-se que as verbas recebidas e gastas eram as seguintes. O saldo que transitou de 1978 (mil novecentos e setenta e oito) era de 18.086$50 (dezoito mil e oitenta e seis escudos e cinquenta centavos); as receitas 1979 (mil novecentos e setenta e nove) totalizaram esc. 3.258.120$40 (três milhões duzentos e cinquenta e oito mil cento e vinte escudos e quarenta centavos): as despesas totalizaram 2.220.966$60 (dois milhões duzentos e vinte mil novecentos e sessenta e seis escudos e sessenta centavos), pelo que o saldo para 1980 (mil novecentos e oitenta) é de esc. 1.055.240$30 (um milhão e cinquenta e cinco mil duzentos e quarenta escudos e trinta centavos).

O relatório sintetizava a ação desenvolvida pela Direção e Comando durante o ano de 1979, terminando por pedir a aprovação de uma saudação amiga às seguintes entidades: Liga dos Bombeiros Portugueses, Federação dos Bombeiros do Distrito Setúbal, Conselho Coordenador do Serviço Nacional de Incêndios; digo Bombeiros; todas as Corporações de Bombeiros do País; Exmas. Autoridades Locais, Concelhias e Distritais; Coletividades Locais; Massa Associativa; População da nossa terra.

A seguir, pelo respetivo Presidente foi lido o parecer do Conselho Fiscal, que terminava pedindo: 1º Aprovação do Relatório e Contas da Direção concorrentes ao ano de 1979; 2º Aprovação de um voto de louvor à Direção pela forma como cumpriu o seu mandato; 3º Aprovação de um voto de louvor aos nossos Bombeiros pela colaboração prestada.

A seguir o Presidente da Mesa pôs as contas à discussão. Por alguns associados foram pedidos esclarecimentos, que foram prontamente prestados pelos membros da Direção cessante. Não havendo mais sócios a querer fazer uso da palavra, o Presidente da Mesa pôs as contas à aprovação, sendo aprovadas com duas abstenções.

Posta à aprovação a proposta da Direção sobre a saudação amiga às diversas entidades, foi aprovada com uma abstenção.

Postos à aprovação os votos de louvor pedido pelo Conselho Fiscal, foram aprovados por unanimidade.

A seguir o Presidente da Mesa enalteceu a atividade desenvolvida pela Direção ao longo dos anos que tem gerido os destinos da nossa Associação, bem demonstrado no elevado número de associados que tem vindo a aumentar anualmente.

Terminou dando um viva à nossa Associação, no que foi correspondido por todos os presentes.  

A seguir passou-se a discutir o 2º assunto da Ordem de Trabalhos: Eleição de Novos Corpos Gerentes.

Por um dos seus representantes foi entregue na mesa uma lista apresentada pelo Corpo Ativo.

Após a respetiva análise, verificou-se que estava incompleta e que nem todos os elementos que a integravam tinham sido previamente consultados o que impossibilitava a sua apresentação para votação.

Assim, o Presidente da Mesa propôs que esta Assembleia fosse suspensa e continuasse no próximo dia dezoito do corrente mês de Março, para discutir o segundo assunto da Ordem de Trabalhos: Eleição dos Novos Corpos Gerentes, o que foi aprovado por unanimidade.

Reaberta a sessão no dia dezoito de Março do corrente ano, pelas vinte horas e trinta minutos, foi apresentada uma lista de Corpos Gerentes. Após ter sido feita a distribuição pelos associados presentes e respetiva votação, foi apurado o seguinte resultado: Entraram na urna 37 (trinta e sete) listas apresentando-se a totalidade sem qualquer nome cortado. Assim foram eleitos os seguintes associados para a gerência de 1980. (Mil novecentos e oitenta)

Assembleia Geral
Presidente: Álvaro José da Costa Tavares
Vice-Presidente: António Brinca Borralho
Primeiro Secretário: António Jacob Abelho Franco
Segundo Secretário: Francisco Pinheiro Pimentel

Direção
Presidente: Eugénio Dias Crispim
Vice-Presidente: Rogério Silva Lagarto
Primeiro Secretário: Vergílio António Aranha
Segundo Secretário: Mário Varandas Costa Correia
Tesoureiro: José Guerreiro Vinagre
Primeiro Vogal: José Manuel Teixeira dos Santos
Segundo Vogal: José dos Santos Félix

Conselho Fiscal
Presidente: José Augusto Ismael Baltazar
Vice-Presidente: Jaime Pardelhas Bento
Secretário Relator: António Domingos de Oliveira Macau

A seguir o Presidente da Mesa lamentou que estivesse presente tão pequeno número de sócios para eleger os Corpos Gerentes, demonstrando assim que estavam confiantes nos elementos que os compunham ou um desinteresse pela vida da Associação.

Historiou a ação do Presidente cessante, José Augusto Ismael Baltazar e da equipe que o tinha acompanhado durante os nove anos que esteve à frente dos destinos da Associação, realçando o labor e dedicação demonstrados por Augusto Duarte, António Macau, Barão José Primo, António Rodrigues e outros. Também enalteceu a ação do Ex. Comandante António Agostinho Loureiro, durante o período que levou à concretização da construção do quartel, obra que representava o sonho de todos os associados.

Finalizou a sua intervenção desejando as maiores felicidades aos novos Corpos Gerentes no desempenho das funções para que foram eleitos.

E não havendo mais assuntos a tratar, o Presidente da Mesa deu por encerrada a sessão, da qual se lavrou a presente ata, que depois de lida em voz alta e aprovada será assinada por todos os membros presentes e por mim, Primeiro Secretário da Assembleia que a redigi e subescrevo. António Jacob Abelho Franco

Pinhal Novo, 11 de março de 1980.

O Presidente da Mesa

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Álvaro José da Costa Tavares