Ata nº 64 – Assembleia Geral

Aos dezasseis dias do mês de março do ano de mil novecentos e setenta e nove, pelas vinte horas e trinta minutos, reuniu no seu salão de festas em Assembleia Geral Ordinária, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Apresentação de contas do ano de mil novecentos e setenta e oito.
2º Eleição de novos corpos gerentes.

Aberta a sessão, e como não houvesse presente número suficiente de sócios para legalmente funcionar, foi imediatamente encerrada e reaberta uma hora depois, conforme determinam os Estatutos e de acordo com os avisos convocatórios distribuídos.

Presentes na mesa, o respetivo Presidente, Primeiro e Segundo Secretário.

Reaberta a sessão, foi lida a ata da sessão anterior. Posta a ata à discussão e a seguir à aprovação, foi aprovada por unanimidade.

Conforme determinam os Estatutos, foi concedida uma hora para tratar de assuntos estranhos à Ordem de Trabalhos.

Por um dos associados presentes, foi pedida a palavra para perguntar se não seria possível a Associação criar uma secção de ginástica, pois já se estando a praticar karaté, seria da maior utilidade, especialmente para a juventude, a criação dessa atividade. Pelo Presidente da Direção cessante foi respondido não existir qualquer inconveniente no desejo expressado pelo sócio.

A seguir houve diversas intervenções dos associados presentes, no sentido de se levarem a efeito reuniões periódicas com delegados das Direções da Sociedade Filarmónica União Agrícola e Clube Desportivo Pinhalnovense no sentido de serem programadas as festas a realizar em cada agremiação, a fim de evitar que no mesmo dia se efetivassem festividades ou espetáculos em sociedades diferentes. Foi realçada a opinião de que sendo a maioria dos associados desta Associação, também sócios das outras sociedades, a realização de atividades culturais ou outras no mesmo dia, prejudicariam a massa associativa. Na intervenção de outro associado, foi afirmado que as sociedades já tinham número de sócios suficiente para que não houvesse prejuízo de assistência, pois o que se verificava atualmente nos dias de baile, era a presença de excessivo número de sócios assistentes, provocando dificuldades na diversão. Finalizando o assunto o Presidente da Mesa recomendou aos novos Corpos Gerentes a que deveriam tentar harmonizar os interesses em causa, provocando reuniões de programação de festas com as outras coletividades de Pinhal Novo.

A seguir foi discutida uma proposta apresentada por Rui da Costa Xavier, assinada por mais quatro associados, em que se pedia para os sócios presentes aprovarem a cedência das instalações da Associação, nomeadamente o parque de viaturas, para a realização de festas de aniversário, casamentos, batizados ou outras. As instalações seriam cedidas a sócios e constituiria uma fonte de receita, para além de proporcionar um local adequado a quem dele tivesse necessidade. Intervieram neste assunto a Presidente da Direção cessante, que afirmou não ser contrário à cedência, no entanto, deveria ficar condicionada ao parecer favorável da Direção e Comando; o Comandante do Corpo Ativo, que discordou da cedência, pois implicaria dificuldades numa pronta intervenção do material de socorrismo, que era guardado nessas instalações, afirmando ainda, tornar-se necessário um parecer da Direção Geral de Incêndios; outros associados também discordaram da cedência; houve também sugestões sobre a impossibilidade de uma Assembleia Geral se decidir sobre o assunto tão específico e com tantas implicações. Face a todos os condicionalismos enumerados dos apresentantes da proposta deveriam retirá-la da Mesa da Assembleia, pelo que não se verificou qualquer decisão sobre o assunto.

A seguir o Presidente da Mesa congratulou-se por ser a primeira vez que a Assembleia se reunia nas novas instalações, agradecendo em nome dos Associados, a todas as Direções que ao longo da existência da Associação deram o seu esforço na concretização do sonho que era a construção do novo quartel. Afirmou ainda, que o ano de mil novecentos e setenta e oito se poderia considerar como o ano de ouro da Associação, pois tinham sido concretizadas as aspirações da população Pinhalnovense. Chamou ainda a atenção para a presença no salão de festas, do Comandante Honorário da Associação, Francisco Joaquim Batista, presença essa que foi saudada com uma calorosa salva de palmas.

E não havendo mais associados a querer fazer uso da palavra, foi aprovado passar-se a discutir o primeiro assunto da Ordem de Trabalhos: Apresentação de contas do ano de mil novecentos e setenta e oito.

Pelo Presidente da Direção foi lido o Relatório e apresentadas contas, verificando-se que as verbas recebidas e gastas eram as seguintes. O saldo que transitou de mil novecentos e setenta e sete era de 14.055$10 (catorze mil, cinquenta e cinco escudos e dez centavos); as receitas 1978 (mil novecentos e setenta e oito) totalizaram 2.120.357$50 (dois milhões, cento e vinte mil trezentos e cinquenta e sete escudos e cinquenta centavos): as despesas totalizaram 2.116.326$10 (dois milhões cento e dezasseis mil trezentos e vinte e seis escudos e dez centavos), pelo que o saldo para 1979 é de esc. 18.086$10 (dezoito mil e oitenta e seis escudos e dez centavos).

O relatório sintetizava a ação desenvolvida na execução da atividade de 1978, terminando por pedir a aprovação de uma saudação amiga à Liga dos Bombeiros Portugueses, à Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, à Inspeção de Incêndios, a todas as Corporações de Bombeiros do País, às Exmas. Autoridades Locais, Concelhias e Distritais, às Coletividades locais à Massa Associativa e a toda a População da nossa terra.

A seguir, pelo respetivo secretário, foi lido o parecer do Conselho Fiscal, que terminava pedindo: 1º Que fosse aprovado o Relatório e Contas da Direção. 2º Que fosse aprovado um voto de louvor à Direção cessante: 3º Que fosse aprovado um voto de louvor ao Corpo Ativo da nossa Associação.

A seguir o Presidente da Mesa pôs as contas à discussão. Pelo associado Rafael Rodrigues, foi lamentado o facto de não se encontrar presente na sala maior número de associados, incluindo o Presidente do Conselho Fiscal, que se tinha ausentado sem ter dado qualquer justificação, o que demonstrava o pouco interesse pelo andamento da vida Associação.

Como não houvesse mais sócios a desejarem fazer uso da palavra, o Presidente da Mesa pôs as contas à aprovação, sendo aprovadas por unanimidade.

Posta à aprovação a proposta da Direção sobre a saudação amiga às diversas entidades, foi aprovada por unanimidade. Postos os votos de louvor pedidos pelo Conselho Fiscal, à aprovação, foram também aprovados por unanimidade.

A seguir passou-se a discutir, o 2º assunto da Ordem de Trabalhos: Eleição de Novos Corpos Gerentes.

Pela Direção foi apresentada uma lista de Corpos Gerentes. Após ter sido feita a distribuição pelos sócios presentes e respetiva votação, foi aprovado o seguinte resultado: entraram nas urnas 56 (cinquenta e seis) listas apresentando-se 5 (cinco) com nomes cortados. Assim foram eleitos os seguintes associados para a gerência de 1979.

Assembleia Geral
Presidente: Álvaro José da Costa Tavares
Vice-Presidente: José Manuel Correia
Primeiro Secretário: António Jacob Abelho Franco
Segundo Secretário: Francisco Pinheiro Pimentel

Direção
Presidente: José Augusto Ismael Baltazar
Vice-Presidente: António Brinca Borralho
Primeiro Secretário: Mário Varandas Costa Correia
Segundo Secretário: Barão José Primo
Tesoureiro: António Domingos de Oliveira Macau
Primeiro Vogal: João Alberto Figueiroa Tavares
Segundo Vogal: José Augusto Remexido

Conselho Fiscal
Presidente: Jaime Pardelhas Bento
Vice-Presidente: José António Guerreiro
Secretário Relator: António Francisco Guerreiro

A seguir o Presidente da Mesa lamentou que tivessem sido permitidas as intervenções de José Manuel Charneira, pois não sendo sócio da Associação, era-lhe vedado pelos estatutos esse direito. Considerou ainda que esta ação não abonava quem deveria ter perfeito conhecimento da falta cometida, pois pertencendo este senhor aos Corpos Diretivos da Sociedade Filarmónica União Agrícola, deveria conhecer perfeitamente que estava faltando à consideração dos presentes, usando de um direito que não tinha.

E não havendo mais assuntos a tratar, o Presidente deu por encerrada a sessão, da qual se lavrou a presente ata, que depois de lida em voz alta e aprovada, será assinada por todos os membros presentes e por mim, 1º Secretário da Assembleia, que a redigi e subescrevo, António Jacob Abelho Franco.

Pinhal Novo, 16 de março de 1979.

O Presidente da Mesa

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Álvaro José da Costa Tavares